
Cheia de vitalidade, Arlete aprendeu com o tempo a ter cautela necessária para conduzir não só os percalços da vida, mas também os caminhos do coração. “Antes, se eu saísse e não tivesse as intenções correspondidas, ficava frustrada. Hoje, se isso acontecer, não me abalo. Há muitas maneiras de aproveitar a vida, mas claro que namorando é melhor!”, dispara ela, que evita falar de relacionamento. “Tenho meu namoro”, resume.
– Sua vida mudou com a perda da mãe. Mas em que sentido?
– Perder a mãe é muito doloroso, mas ganhei liberdades que antes não tinha. Sempre morei com ela e, por respeito, nunca levei namorado em casa. Pouco antes dela partir, me vi em uma situação inusitada: a pessoa com quem me relaciono precisou falar comigo urgente e teve que pular o muro para entrar. Me senti uma Julieta. (risos)
– Seu espírito é jovem...
– Vivo cada minuto com entusiasmo, não tenho preguiça da vida! Se me virem por aí com um namorado mais jovem, por exemplo, não pensem que estou indo atrás de um tempo perdido! Sou assim, é o meu temperamento. Busco coisas novas, sou inquieta. Meu medo é chegar à velhice extrema e depender das pessoas.
– Quais são suas descobertas?
– Perdi medos infantis, como o de ficar sozinha. Pela primeira vez me vejo fazendo tudo sozinha, é tudo novo, por isso, se aparecer alguma travessura da Arlete por aí não é para assustar! (risos)
– O trabalho ajuda a superar?
– Na época, estava em cartaz com A Partilha. Cremei minha mãe de manhã e à noite fui para o teatro, não por heroísmo, mas por precisar da energia e da vida que ele me traz. Para ajudar, veio o convite para ir à Las Vegas filmar Até Que a Sorte nos Separe 2.
– Como avalia a carreira?
– Amo meu trabalho! Carreira e família são minhas bases. Hoje, sou seletiva com os trabalhos, pois o público espera meu melhor.
– Tem um grande sonho?
– Queria rejuvenescer uns 30 anos, mas com a consciência que tenho hoje. Como é algo impossível, vamos em frente!
Fonte: Caras