domingo, 5 de janeiro de 2014

"Vou terminar minha vida sozinha", diz Arlete Salles

Arlete Salles - atriz conta momentos da carreira em programa de TV (Foto: Reprodução)


O canal Viva traz a grande atriz Arlete Salles como atração do programa Damas da TV, dia 8 de janeiro. A pernambucana iniciou a carreira no humor e ganhou os palcos e as telas ao fazer o público rir e chorar, mas o programa apresentará um lado nem tão conhecido da veterana, que considera a profissão o alimento de sua alma. "Não fui muito feliz nos meus casamentos. Vou terminar minha vida, provavelmente, sozinha. O que permaneceu sempre ao meu lado, o meu porto seguro, e o que me faz viver, é minha profissão", disse ela.
 Entre tantos assuntos, ela lembra que não sabia como se virar depois que se divorciou do ator e humorista Lúcio Mauro, com quem ficou casada por 12 anos. A parceria com Janete Clair foi muito importante nessa fase de sua vida. "Ela escreveu a Laura (Selva de Pedra, 1972) para mim com muito carinho. Foi o que segurou minha onda. Foi uma amiga muito querida, era mãezona. Foi uma grande perda". 
Sobre o início de carreira, conta: "Sempre fui muito impulsiva, quando vi já estava lá. Fui sem o menor conhecimento de nada, sem o preparo. Claro que não passei no teste de atriz. Me aproveitaram como locutora, mas ficava com os olhos lá no rádio teatro", revela. Nesta época, conheceu Lúcio e casou-se. Depois, ainda no Recife, passou pelo teatro, até chegar à TV. "Mas o espaço ficou pequeno, e resolvemos vir para o ‘centro’ do país, onde nosso trabalho pudesse repercutir", lembra. Com a mudança para o Rio de Janeiro, entrou para a TV Tupi, onde fez programas de humor, mas com o fim da emissora, ela não pensou duas vezes: "Peguei minha bolsa e fui rapidinho pedir ajuda ao José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni), falei que eu e Lucio estávamos desempregados", lembra. 
Arlete começou na TV Globo em 1967, no elenco de Sangue e Areia, que também marcou a estreia de Tarcísio Meira e Glória Menezes na emissora. A atriz comenta ainda que, quando conseguiu ser escalada para novela, não tinha mais personagens de sua idade. "Eu tinha 23 anos e interpretei a Mercedes, mãe de Myriam Pérsia na trama, que tinha a mesma idade. Mas, era televisão preto e branco. Então, tudo era possível", brinca. 
Entre os papeis de destaque, Kika Jordão, de Lua Cheia de Amor (1990), Augusta Eugênia, de Porto dos Milagres (2001) e Carmosina, de Tieta (1989), em que interpretou uma nordestina. "Foi gostoso de fazer, pude liberar meu sotaque", lembra. Já em Pedra Sobre Pedra (1992), Arlete teve que aprender a andar de vespa para viver a delegada Francisquinha. "Nunca tinha andado de bicicleta quando criança. Fiz umas aulas e, um dia, o freio não funcionou e bati em um ônibus que estava parado. Abri a boca, fez um corte grande, mas prossegui com a aula, mesmo sangrando. Se eu parasse, nunca mais teria coragem de sentar numa vespa. Quando acabou, fui correndo para uma clínica".
Fonte:Época

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