terça-feira, 10 de abril de 2012

Relembre "Tieta"

Autoria: Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares 
Direção: Reynaldo Boury e Luiz Fernando Carvalho 
Período de exibição: 14/08/1989 – 31/03/1990 
Horário: 20h 
Nº de capítulos: 196


- Ambientada na fictícia cidade de Santana do Agreste, no Nordeste brasileiro, a novela – uma adaptação do romance Tieta do Agreste, de Jorge Amado –– tem início quando Tieta (Claudia Ohana) é escorraçada da cidade pelo pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos), irritado com o comportamento liberal da jovem e influenciado pelas intrigas de sua outra filha, Perpétua (Adriana Canabrava). Humilhada e abandonada pela família, ela segue para São Paulo, fugindo do conservadorismo de sua terra natal.  
Vinte e cinco anos depois, Tieta (Betty Faria) reaparece em Santana do Agreste, rica, exuberante e decidida a se vingar das pessoas que a maltrataram. No dia de sua chegada, está sendo rezada uma missa em sua memória. 


CARMOSINA (Arlete Salles) — Colega de colégio de Tieta (Betty Faria) na juventude. Agente dos Correios, usa o tradicional método do bico de chaleira para ler todas as cartas que chegam ou saem da cidade. Embora seja senhora de todos os segredos de Santana, é um “túmulo” quando necessário, e uma faladeira compulsiva quando se faz mister. Ótimo papo, excelente cozinheira, dona de cultura acima da média, grande caráter, por vezes sujeita a duras provações. Perdeu para Perpétua (Joana Fomm) o páreo da solteirice. Nutre uma paixão, jamais revelada. 


Arlete Salles sobre sua personagem:


Um dia tocou o telefone e era alguém me convidando para voltar para a Globo, para fazer uma novela das seis, eu acho, com um bom personagem. Eu disse: “Vou passar aí para a gente conversar. Eu quero fazer, sim”. Tocou o telefone outra vez, era o Paulo Ubiratan, que me disse assim: “Olha, você não vai mais fazer a novela da 18h.” “Meu Deus do céu!”, eu disse. Ele falou: “Você vai fazer a novela das 20h. Eu quero você interpretando um personagem em Tieta. Você vai gostar, porque é a tua cara, o teu jeito. Eu tenho certeza que você vai fazer bem”. Além de ser um grande diretor, uma das coisas que o Paulo Ubiratan fazia muito bem era escalar: encontrar o ator certo para o personagem certo. Eu disse: “Veja lá, hein! O personagem das 18h é muito bom, dizem que é excelente! É boa essa personagem? Essa Carmosina é boa?” “Confia em mim”, ele falou. Eu confiei nele e me encontrei com talvez o melhor personagem de todo o meu trabalho em televisão: a Carmosina é inesquecível. Uma personagem lírica, poética, íntegra, terna, bonita. Era uma solteirona virgem, não conhecia o sexo. Era, como dizia o Dias Gomes, uma solteirona invicta. Mas era inquieta, ainda estava esperando encontrar o amor. Ela tinha uma ingenuidade gostosa e me colocou de volta às minhas raízes, porque eu pude voltar a falar livremente com todo o meu sotaque. Não foi difícil, para mim, interpretar esse personagem. Essa Carmosina existia muito dentro de mim, conheci várias delas em Recife. Eu considero esse, talvez, o meu melhor trabalho em televisão. Não sei se essa é a opinião do público, mas eu me sentia muito feliz com aquele personagem. 

















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