sábado, 12 de fevereiro de 2011

Entrevista - A gente se vê no teatro

É um espetáculo, mas lembra uma conversa entre amigas durante a escolha de um look, reunião que ocorre no quarto de diversas mulheres antes de cada evento e se encerra apenas quando já não é mais possível enxergar a cama sob vestidos, blusas, saias, calças e lingeries. Em cartaz no Teatro  Leblon, no Rio, “Amores, Perdas e Meus Vestidos” leva o público para dentro do closet de quatro mulheres, que recordam passagens de suas vidas e expõem questionamentos evocados por suas peças de roupa.

 


“A experiência tem sido tensa, mas prazerosa a cada final de espetáculo. Como a personagem e eu somos quase a mesma pessoa, é como se eu estivesse ali, me colocando e contando a história, sem o artifício teatral da máscara, atrás da qual o ator se esconde e protege. Agora entendo a sensação de quem faz stand--up comedy e valorizo esses atores”, comenta Ivone.

Arlete Salles relata sensação semelhante: “Pela primeira vez, estou me apresentando no palco sem a ‘quarta parede’ fictícia (a que separa o público do palco) e sem o escudo de uma personagem. Teatro é contar histórias, mas esse espetáculo é indiscutivelmente verdadeiro. São relatos femininos que eu conto olhando nos olhos do espectador. Tem sido uma grande experiência,  onde há troca de carinho e cumplicidade”.

Não é difícil entender a sensação de vulnerabilidade. Apesar de não terem sido extraídas de experiências pessoais das atrizes, as reflexões levantadas e histórias narradas no  espetáculo são reais e comuns a milhares de mulheres e, portanto, podem ocorrer com qualquer uma delas – ou mesmo com os homens. Afinal, quem não lembra de uma ocasião especial ao deparar-se com determinada roupa?

“Antes do meu primeiro baile de ‘adultos’, meu pai me deu dois vestidos lindos! Lembro até hoje: um azul e outro vermelho. O mais   incrível é que eles ainda me servem, acredita?”, recorda Carolina Ferraz. “Acho que o público se identifica, de modo geral, com todas as histórias. Minha manicure assistiu e me disse:  ‘Eu sou todas elas!’”. Taís Araújo reforça o time das que não esquecem o primeiro traje de gala: “A minha lembrança mais forte é dos vestidos que usei na festa de 15 anos da minha  irmã. Eu tinha 7, mas fiz questão de ter dois vestidos como a aniversariante! As mulheres gostam da peça porque são histórias que podem acontecer com elas, e os homens, porque elas podem acontecer com sua mãe, irmãs, mulheres e amigas”, diverte-se.

Fonte: A gente se vê no teatro

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