domingo, 30 de maio de 2010

Revista Quem - 10 perguntas dos leitores para Arlete Salles - 21/07/2008


Em Toma Lá Dá Cá, Arlete Salles interpreta a fogosa Copélia, uma avó extravagante e moderna, cujas piadas giram sempre em torno de alguma aventura sexual. Na vida real, a atriz diz buscar um meio-termo entre a liberdade e a caretice. “Não vou abrir geral, mas também não quero cair na repressão.” Arlete recebeu o repórter Valmir Moratelli em sua casa, na Gávea, no Rio de Janeiro, para responder às perguntas enviadas pelos leitores de QUEM ao site da revista. “Ai, mas são perguntas simpáticas?”, perguntou, antes de iniciar o bate-papo. Na sala de estar, sobre a mesa de centro, o livro Kama Sutra entrega o quanto ela está mergulhada no universo de Copélia, de quem pega emprestado o bordão “prefiro não comentar”, quando questionada sobre sua idade. “Isso é um assunto com que ainda não sei lidar”, diz. Ela tem 66 anos.



1. Você imaginou que, depois de tanto tempo de carreira, faria tão bem o papel de uma sogra moderna?
Claudia Almeida, Guarulhos (SP)
Me surpreendeu a forma como a personagem está chegando às pessoas. Eu tinha um certo receio quanto a esse trabalho, não conseguia imaginar a dimensão da Copélia. Está sendo uma bela surpresa.

2. O que você “prefere não comentar”?
Maurílio Pereira, Fortaleza (CE)
A violência na minha cidade, a fragilidade psicológica e técnica dos policiais despreparados e o fato de sermos uma sociedade penalizada pelos impostos. Ah, e a minha idade. Isso é um assunto com que ainda não sei lidar.

3. Em quem você se inspirou para criar a Copélia? Qual é sua opinião sobre as pessoas que se comportam como ela?
Eliene Costa, São Paulo (SP)
As Copélias existem por aí. Era impensável uma mulher dessas há alguns anos, mas hoje os hábitos são outros. O bacana dela é essa aceitação da sexualidade na terceira idade. Gente assim vem ampliar os limites, emancipar.

4. Você é fogosa como a Copélia?
Juliana Silveira Weber, Campo Bom (RS)
Gostaria de ser (risos). Copélia vem com uma saúde quase masculina, com um poder sexual que não é brincadeira. Não sou fogosa como ela, sou mais romântica.

5. Você é uma pessoa mais careta ou mais liberal?
Regina Faria, Belo Horizonte (MG)
Acho que, como todo mundo, tento buscar um meio-termo. Não vou abrir geral, para todas as possibilidades, mas também não quero cair na repressão. É preciso ter uma certa loucura de vez em quando.

6. Qual dos personagens que você já fez mais parece com você?
Laliene J. do Nascimento, Maceió (AL)
A Carmosina, de Tieta. Por ser uma pessoa íntegra, pernambucana. Juro que não é autobajulação. É que me identifiquei mesmo com ela e até hoje as pessoas lembram desse trabalho.

7. Qual é o segredo para estar sempre tão bela?
Leila Patrícia Torres, Joinville (SC)
Hoje, temos mais recursos do que antes. Há outra cultura em relação à beleza, há um trabalho mais rigoroso da medicina sobre a velhice, mais informação para que possamos chegar à meia-idade bem, de forma agradável. O fundamental é estar bem com seu interior, sem colecionar amarguras ou ressentimentos. A alma tem que estar em paz.

8. A vida de atriz foi mais fácil quando você começou ou está mais fácil agora para novas atrizes?
Adriana Lima, Divinópolis (MG)
Está mais difícil agora, porque a televisão está superpovoada de gente querendo fazer sucesso. Todo mundo quer ser famoso. E qual é o caminho mais fácil para a fama? A televisão.

9. Nos anos 70, você e a atriz Maria Claudia trabalharam juntas nas novelas Verão Vermelho, Assim na Terra Como no Céu, Selva de Pedra, O Rebu. Li certa vez numa revista: “Não convidem Maria Claudia e Arlete Salles para a mesma festa”. O que há de verdade nisso?
Helena Rita de Cassia de Oliveira, por e-mail
Eu nunca li isso. A gente não tem se visto porque nossas vidas tomaram rumos diferentes. Talvez ela tenha se distanciado. Eu estive com ela no problema de saúde que ela teve, no começo dos anos 80, depois nossos trabalhos foram para lados opostos.

10. Você não acha que esse programa está chato demais, tentando ser como o Sai de Baixo?
Zorahida Faillace, Niterói (RJ)
É um direito seu achar isso (risos). Não conseguimos agradar a gregos e troianos, como já dizia minha avó. O programa pode até ter uma semelhança com o Sai de Baixo, mas tem uma dramaturgia bem diferente.

Link:  http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI8451-8219,00-PERGUNTAS+DOS+LEITORES+PARA+ARLETE+SALLES.html

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