Arlete Salles ainda não sabia muito bem quem era Copélia, a vovó extravagante que viveria em “Toma lá, dá cá”, dias antes de começar a gravar. O convite já tinha sido aceito sem titubear, afinal era mais um vindo de seu grande amigo Miguel Falabella, ator e um dos autores do seriado. Mas quem era essa tal de Copélia? A personagem só veio, como os atores costumam dizer, na hora de experimentar o figurino. “Montada” dos pés à cabeça — sim, até peruca ela usa — nascia ali a mulher mais debochada e, por que não, depravada do seriado.
— Quando coloquei a roupa, o personagem apareceu. Resolvi também não usar meu cabelo e concordei com o Falabella. Em todos os nossos trabalhos, ele sempre chega perguntando se não vou mudar o cabelo — conta Arlete.
Dispensada por Pitanguy
Da personagem de “Toma lá, dá cá”, a atriz tem a jovialidade, mas não o ridículo de querer parecer sempre jovem. Arlete Salles gosta de sair com os amigos, beber um vinho e levar uma vida tranqüila. Já Copélia sai à noite para caçar rapazes, abusa dos decotes, das roupas coladas e parece correr atrás do tempo perdido.
— Ela é muito louca, eu sou mais centrada. Às vezes, uso uma peça mais jovial. Tenho meu lado transgressor, minha vitalidade, mas sem excessos. Só tenho a alegria dela — diz a atriz.
Aos 65 anos, Arlete Salles conta que já fez algumas plásticas para suavizar a passagem do tempo, mas foi liberada na última vez que esteve no consultório do cirurgião Ivo Pitanguy:
— Ele me dispensou, disse que não ia fazer nada e que eu tinha dentro de mim muita juventude.
Feliz na vida pessoal e na profissão, a atriz não quer saber de mudar muita coisa. Quem sabe, em breve, trocar o riso pelas lágrimas:
Feliz na vida pessoal e na profissão, a atriz não quer saber de mudar muita coisa. Quem sabe, em breve, trocar o riso pelas lágrimas:
— Sinto saudades do drama. Daqui a pouco tenho que fazer alguma coisa diferente — diz Arlete.
Fonte: Globo
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